INACREDITÁVEL de Almeida
- Miguel Fernández

- 20 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 dias
Era 2005, os telefones celulares já eram menores, com uma dobradiça, abriam e ficavam maiores (“flip”). Fui a uma reunião na PETROBRÁS, nos escritórios da rua General Canabarro (Próximo ao CEFET e ao Maracanã). Almocei por ali com os colegas.
Saí de lá, apressado, para uma reunião agendada no meu escritório, na Rua Evaristo da Veiga, próximo ao teatro Municipal do Rio. O assunto seria discutir o balanço da empresa com um contador-consultor, pagando por tempo. Peguei um taxi. Cheguei no escritório e, em meia hora, comecei a reunião pedindo para não sermos interrompidos.
Em menos de meia hora, a recepcionista entra na sala, pedindo desculpas, dizendo que meu querido amigo e compadre, o João Franciso Soares, que morava (e mora) em São Paulo queria falar comigo com urgência. Pedi que ela explicasse que eu não podia atender, e que retornaria a ligação, assim que fosse possível.
Em menos de 15 minutos, aparece o João na sala, em pessoa. Bem no jeitão dêle, foi entrando, sem ligar para a presença do contador e os protestos da recepcionista.
Na época o João trabalhava na CCCC (Construções e Comércio Camargo Corrêa), explicou que tinha vindo ao Rio, para resolver um problema da CCCC, que o problema foi resolvido pela manhã e, como sobrara a tarde livre, até embarcar no avião, à noite, resolvera me visitar.
Com a paciência que os amigos do João são obrigados a ter com êle (e êle comigo!), expliquei que precisava de mais uns 30 minutos para concluir a reunião com o contador (que, recebendo por tempo, estava calmíssimo). Então o João disse:
_ OK, vou esperar na recepção, mas me empreste seu telefone móvel que o meu acabou a bateria.
Foi então que me dei conta que estava sem o telefone móvel e pedi para ligarem para a Petrobras pois devia ter esquecido lá, ou no restaurante, ou... no taxi... que azar.
O João começou a rir, sentou, e contou:
_ Após almoçar com o pessoal da CCCC, perto do escritório do Rio, na Praia do Flamengo, peguei um taxi e vim te fazer uma visita surpresa. Já no taxi, resolvi te ligar, se você não estivesse, iria para o aeroporto. Quando liguei, um telefone perdido no banco de trás do taxi (dificil de ver, mimetizado no estofamento preto), começou a tocar e passei para o taxista. Esqueceram aqui. O taxista atendeu e nos demos conta que estávamos falando um com o outro.... E o taxista comentou:
_ há uma hora, deixei um passageiro perto de onde o senhor está indo, depois disso, já fiz duas corridas pequenas, ... não acredito...
E diante de nosso silêncio incrédulo, tirou meu telefone de seu bolso e pôs na mesa.
Fora a recepcionista, a secretária, o contador, o tal motorista do taxi e o João, ninguém mais vai acreditar. Conto aqui só para registro.
Miguel Fernández y Fernández, engenheiro, cronista e articulista, membro da Academia Nacional de Engenharia e do Instituto de Engenharia # escrito em 2025out12 R2025outRc, 2.697 toques

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