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Poder de síntese (forças armadas são de direita?)

  • Foto do escritor: Miguel Fernández
    Miguel Fernández
  • 8 de out.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 13 de out.

Hoje meu telefone móvel travou e ninguém resolvia o que fazer. Até que alguém desligou completamente o aparelho, contou até 20 (devagar) com grandes discussões sobre esse intervalo de tempo e, ao religar, o aparelho voltou como novo.  É o método dito “português”: desliga-e-liga-de-novo.

Amigo nosso, que por ali estava, português, ao perceber que chamávamos o método pelo seu gentílico, saiu-se com essa:

_ sim, claro, é simples e eficiente.

Nossa terra-mãe consegue produzir sínteses maravilhosas: Fernando Pessoa, Bocage, Camões, Torga, e outros que o digam.

Como uma coisa puxa outra, lembramos que, em 1974, até 15março reinava no Brasil o general Emílio Garrastazu Médici, que então passou o cetro para o general Ernesto Geisel, que ficaria até mar1979.

Os então ditos “esquerdistas” daqui eram contra os militares daqui, a quem acusavam de entreguistas e privatistas, e discursavam a favor da estatização da economia, como se direita e militar fosse uma só coisa.

Era difícil entende os discursos e as ações, afinal, nunca se criaram tantas estatais: Petrobrás, Portobrás, Eletrobrás, Embratel, Nuclebrás, EMBRAPA, Vale, Siderúrgicas, a EMBRAER, a Albrás, enfim quando não eram estatais eram quase.

Pra confundir havia o BRADESCO, as lojas Brastel, os bairros de Brás de Pina no Rio e o Brás em Sampa. Não eram estatais mas soavam como. Na SABESP teve até um diretor com o nome Brás Juliano.

Então, foi só o Geisel assumir aqui e, em menos de 45 dias, em 25abril74, eclodiu um “golpe” ou “revolução” em Portugal, conhecido como “revolução dos cravos”. Inicialmente, ao menos no discurso, com viés de esquerda, e assumiu uma junta militar, interrompendo cerca de 50 anos de governo ditatorial civil, dito Salazarista (desde 1926). Houve um período de ebulição mas, em abr1976, foi declarada uma nova constituição em Portugal.

Criou-se então uma curiosa situação dicotômica, no Brasil os militares eram “malditos ditadores de direita capitalista”, já em Portugal era o contrário. Mas, naquela altura, os lúcidos já sabiam que, o que interessa, não são os fatos e sim a versão dos fatos. Cabe aos seres pensantes analisar e tirar suas conclusões. Os demais são atores ou platéia.

Isso tudo porque lembrei que foi por essa época (1975-1976) que apareceu no Brasil, acompanhando uma delegação do novo governo português, a explicar as novidades d’aquém-mar, um coronel da ativa, cujo nome lembraremos oportunamente, mas é de pouca importância.  Digamos que se chamava coronel Guedes.

A imprensa brasileira encantou-se com a situação, militares de outra plumagem por aqui, e foram entrevistar o tal Guedes, que não se fez de rogado e foi respondendo o que lhe era perguntado.

Lá pelas tantas, um grupo de jornalistas da pesada (Correio da Manhã, Estadão, Fôlha, JB, O Globo, Gazeta, etc.), entre preocupados e excitados, fizeram a pergunta longamente combinada entre eles para causar frissom, fofocas e intrigas:

_ coronel Guedes, e se Portugal se tornar um país comunista, o que farão as forças armadas?

E o Guedes, sem pestanejar e sem perceber as malicias contidas na pergunta:

_ serão as forças armadas de um país comunista

E mais não disse e nem lhe foi perguntado.



Miguel Fernández y Fernández, engenheiro, cronista e articulista, membro da Academia Nacional de Engenharia e do Instituto de Engenharia # escrito em 2024nov R2025setRb,   3.208 toques

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