Aos meus e aos seus
- Miguel Fernández

- há 3 dias
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Atualizado: há 1 dia
Em cada um de nós há um pouco dos pais, dos avós, dos antepassados.
O que é, para um pai, uma mãe ou um avô, ver um filho(a) fazendo as mesmas coisas que lembra ter feito?
As mesmas bobagens, os mesmos trejeitos, as mesmas descobertas, as mesmas alegrias e as mesmas tristezas.
É um prazer e uma preocupação ao mesmo tempo.
Ora parece que os filhos ouvem pouco os pais, que querem aprender tudo por si mesmos.
Ora parece que são como nós mesmos fomos.
Os que ouvem mais, evoluem mais rápido? Ou é ao contrário? Difícil saber.
Escrevo estas letras para o caderno de formatura no colegial da turma de um neto.
Dezoito anos de idade. De repente me vejo, há sessenta anos, na mesma cerimônia. São ocasiões que nos levam a filosofar..._ quem somos? O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?
Cada um de nós é um amontoado de DNAs, reunidos ao acaso chamado “pessoa”?
Ou esses acasos são o toque de Deus?
Sou daqueles que acreditam no Divino acaso, ou no acaso Divino.
Somos uma efêmera reunião de DNAs, lutando para sobreviver, pelo tempo que nos for concedido nesta espaçonave chamada Terra.
Compartilho a visão do teólogo-filósofo Teillard de Chardin, de que a humanidade está se aprimorando, se aperfeiçoando, como convém a uma obra em cujo âmago, está o amor, a colaboração, a ajuda, valorizando o esforço pela melhoria.
Muita presunção, arrogância, egoísmo, das “pessoas”, encarnação temporária desses acasos, acharem que são algo além desse amontoado de DNAs, a justificarem suas leviandades porque “daqui nada se leva”.
O DNA não se vai. O DNA permanece aqui. Seja em filhos, seja em sobrinhos. Alguns conjuntos de DNAs, se preocupam com a “geração seguintes”, portanto, com eles mesmos. São os que, se aprimorando, permanecerão.
Não caiam na história de que “daqui nada se leva, portanto vamos gastar”. Provável “criação” de DNAs que, por inocência ou por esperteza, querem que os de vocês não disputem com os dêles.
Aumentem seu saber, sua educação, sua cultura e, por que não? _seus bens materiais. Sem radicalizar em nenhum aspecto.
Por obra da Santíssima Trindade, nesses arranjos de DNA, o meu DNA está presente em um de vocês dessa turma. Desejo, a êle e a todos os colegas dêle, saúde e alegrias na vida, que é esta encarnação.
Que vocês também possam ajudar nossos DNAs a se aprimorarem, e quando também tiverem filhos, sobrinhos e netos, onde estes DNAs ainda estiverem, lembrem-se de suas responsabilidades.
Uma excelente forma de ajudar é dando bons exemplos. Se não tiverem filhos, os seus DNAs também estarão por aí, de alguma maneira, e os exemplos funcionarão.
Tenham a cabeça erguida, mas sem arrogância.
Tenham ambição e vontade de conquistar o mundo, mas com cuidado e respeito aos demais.
Sejam criativos, proativos e tenham iniciativa.
Não se conformem com o que receberem e não se acomodem.
Sejam destemidos, mas com bom senso.
Atuem com entusiasmo, mas com cautela,
com firmeza e dureza, mas com carinho e com ética,
sobretudo, com amor.
Não o amor piegas, nem o carnal, não o fingido, nem o protocolar, mas o amor que Jesus nos ensinou.
Que não é fácil, mas sem esse amor, nada vale a pena.
Sem o amor e sem Êle, nada se constrói, nada se aprimora.
Não o amor à sua pessoa, mas aos outros e ao seu DNA.
O amor eterno.
A gente está se aprimorando.
Boa sorte!
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