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PRIMÓRDIOS da IA / AI (Inteligências, Inteligentes e Espertos, 1970?)

  • Foto do escritor: Miguel Fernández
    Miguel Fernández
  • há 8 horas
  • 3 min de leitura

Desde a primeira vez que ouvi o neologismo “IA” como abreviação de “Inteligência Artificial”, não me caiu bem. Inicialmente, me pareceu êrro de tradução, depois, o termo, provavelmente de origem NorteAmericana, foi sendo adotado mundialmente. Como “inteligência artificial” é uma coisa que não existe e, se Deus quiser, não vai existir, ficou no ar, o que se queria dizer com isso. Parece que o correto seria dizer “Automatismo Inteligente - AI’, como dizem alguns, ou “Inteligência Computacional” (CI em inglês), como já ouvi acadêmicos falar, portanto parece que não estou só, em achar o nome IA equivocado. IA é, no mínimo, um êrro de vernáculo em qualquer idioma. 

Pensando nisso, e como uma-coisa-leva-a-outra, lembrei de um episódio de há uns 55 anos (1970?), que registro neste escrito, como os primórdios do problema: nessa época, os computadores comerciais começavam a surgir no mercado. Na prática os “programas” eram todos customizados, feitos por especialistas, linguagem FORTRAN-MONITOR e COBOL, que traduziam os comandos para os princípios primários da linguagem binária da eletrônica, raiz da computação, como é até hoje. Esses “programas” eram introduzidos por meio de “cartões e fitas perfuradas” por comando datilografados, que a máquina “lia”. Tinha um, chamado IBM360, considerado o supra-sumo da época (com menos capacidade que meu telefone móvel de hoje e ocupava uma sala de ±30m2). 

As instituições financeiras (bancos), ficaram extasiados. Aquilo iria acabar com o enorme volume de lançamentos manuais (caneta em papel), sujeitos a muitos erros e muitas fraudes. Mal se davam conta que estava começando a era de menos êrros e menos desfalques, mas começando a de grandes êrros e grandes desfalques. 

Foi por essa época que, o antigo Banco do Estado da Guanabara (BEG), depois BANERJ, comprou alguns desses IBM360 e informatizou todo o serviço no novo, moderno e imponente prédio da nova sede. em “concreto-armado-aparente-envernizado-com-epóxi”, na esquina das ruas México, da Ajuda e Av Nilo Peçanha, no Rio. Maravilha! 

Quatro anos depois de implantado o sistema, um gerente de agência, recebeu um cliente, inconformado com o desaparecimento de um centavo de cruzeiro em sua conta. Na época Cr$ 0,01! 

Cliente “chato”! Só um centavo? Algum arredondamento, uma dízima! 

Procura daqui, procura dalí, o gerente e o cliente eram muito “chatos”, foram fundo, até o banco descobrir que, um programador, tinha introduzido um sub-programa que, nos dias pares, tirava um centavo das contas ímpares e, automaticamente, depositava numa conta do tal “programador” e, nos dias ímpares, tirava um centavo das contas pares, com o mesmo destino. Era um “automatismo inteligente”, ou se quiserem, na linguagem da moda (2025) uma IA criada pelo programador. De lá pra cá, foram aprimorando, os computadores, os programas e os programadores. 

Por quê foi descoberto? Porque sempre tem alguém mais esperto, mais atento, mais cuidadoso, mais minucioso, mais diligente ou mais ”chato”!. E nem só de “inteligência” vive o mundo. 

Foi descoberto, principalmente, por “cobiça”! Já estava milionário, podia ter parado. 

Se tivesse parado, nunca teria sido descoberto, mas o sentimento de impunidade, o gosto pelo risco, enfim, a natureza humana, não permitiram. Até parece que, se não fosse “pêgo”, não tinha graça! Faltava o reconhecimento pela sua genialidade, pela sua “inteligência natural”. 

Fiz umas continhas para avaliar o estrago: suponhamos que o BEG-BANERJ tivesse 1.000.000 contas no país (eram 333 agências). Supondo que fosse hoje, US$ 1,00 ~ $ 5,00. Considerando que o dólar norteamericano (o US$) desvalorizou 7,75 vezes, desde aquela época, até hoje, 2025 (conferi pelo ouro). Considerando 230 dias úteis no ano, resulta, em valores atualizados (2025) que: 

1.000.000 correntistas / 2 x ((0,01/5)7,75) $ x 230 dias/ano = $ 3.750,00/dia x 230 = US$ 1.782.500 / ano 

Em 4 anos: US$ 7.130.000,00 (2025) ou, R$ 35.000.000,00 (2025). 

Ou seja, desde a introdução da computação, estamos nas mãos dos programadores. Não há inteligência natural ou artificial que dê jeito. Mas perto dos colarinhos brancos, tudo dentro da lei, foi uma ninharia. 

Fica o registro. 

 

Miguel Fernández y Fernández, engenheiro, cronista e articulista, membro da Academia Nacional de Engenharia e do Instituto de Engenharia # escrito em  2025out26 R2025outRf, 4.213 toques.

 
 
 

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