Como nossos Pais (parte 01)
- Miguel Fernández

- há 5 dias
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Notou a mulher com mais vida, mais entusiasmada, mais “ligada”, mais alegre, chegou a ficar um pouco preocupado, seria outro? Por meio das dúvidas, ligou as antenas!
Mas, como não notou nenhum sinal anormal de vaidade, ou atitudes suspeitas, pelo contrário, estava mais caseira e até menos “coquete”, preocupou-se. O que estaria acontecendo?
Fora da rotina, só a enteada, que mora e trabalha no exterior e viera passar as férias com a mãe. Na verdade, com os/as amigues, pouco parava em casa.
Claro! Por que não tinha notado logo?
Já fazia dois dias, que a enteada estava com uma virose que a derrubou e, a mãe, finalmente pôde exercer seu “mátrio-poder”: mostrar-se mãe em toda a plenitude, para que todos vejam como é uma mãe dedicada.
Se algo não der certo, não foi por falta de sacrifícios e cuidados de sua parte. E, “ça-vá-sans-dire”, chantagear um pouco de reciprocidade para quando a velhice chegar, ao objeto de sua proteção.
Claro que são maledicências, os instintos falam mais alto e explicam a superproteção.
Bom, explicam até uma determinada idade da cria.
A enteada já está com 30 aninhos... Talvez as maledicências se apliquem. Ou não.
Lembrou que, quando também tinha cerca de 30 anos (já lá se vão 40 anos, o tempo voa), e trabalhava em São Paulo capital, de vez em quando ia passar os fins de semana em sua cidade natal. Numa 6ª feira, ao chegar na casa dos pais, foi logo avisando:
_ não se aproximem muito de mim que estou febril e com dor de garganta, posso contagiar vocês!
E, sua mãe, correndo para perto dele:
_ que bom! Tenho um ótimo remédio para isso...
O “que bom”, tinha escapado, e ficou no ar...
Se entreolharam, começaram a rir e, em seguida, a chorar. Se abraçaram.
Até hoje, chora, quando lembra da mãe, do pai, desses e de outros episódios.
Ou quando passa por situações semelhantes com os próprios filhos.
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