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Bobagens parte 1

  • Foto do escritor: Miguel Fernández
    Miguel Fernández
  • 23 de mai. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 5 dias

Em função do nosso texto “água sem gluten”

(https://www.engenheiromiguelfernandez.com.br/post/sem-gl%C3%BAten-da-s%C3%A9rie-me-engana-que-eu-gosto), recebemos fartas sugestões e contribuições. Precisamos rever nossas leis e nosso comportamento, a idiotice passou dos limites.

Para ilustrar esta crônica, destacamos uma embalagem de ovos onde o embalador é forçado a escrever: “alérgicos, contém ovos”. Aliás, na Páscoa, não se sabe porquê, o coelho parece que bota ovos, e as embalagens vão acabar vindo com esse aviso.  A fiscalização anda comendo mosca e deixando de levar o seu e o nosso.

O Brasil proíbe os cassinos mas loteria esportiva, jóquei clube, loteria federal, raspadinhas e agora até as tais bilionárias Bets, pode. Pode ir jogar no Uruguai e no Paraguai, com quem o Brasil mantém relações diplomáticas e comerciais e tem extensas fronteiras. Pode até jogar na bolsa de valores. Mas cassino não pode.

Dizem que cigarros produzem câncer e a propaganda aconselha insistentemente a não optar por esse meio de suicídio. Gasta-se uma fortuna nisso. Mas não proíbem nem a importação, nem a fabricação, nem a venda.  Outros meios de suicídio pode: pode passar fome, pode contagio por doenças de veiculação hídrica por falta de saneamento básico, pode morrer na fila do sus, pode ser morto caminhando em diversos lugares, pode atirar-se do 10ª andar, pode enforcar-se no lustre, pode ingerir veneno, etc. etc.

Aliás, taí uma coisa que não entendemos, se o sistema nacional de aposentadoria está falido, alegadamente porque as pessoas estão vivendo mais, por que essa preocupação com os que querem encurtar a vida fumando e pagando impostos? Ou não será bem isso? Ouvimos dizer até que cigarro eletrônico não pode fabricar nem vender embora não esteja claro se pode “aspirar”. Parece a piada do famoso “fumo mas não trago, quem traz é um amigo meu e eu filo”.  Também não resistimos a registrar aqui o problema que o jornaleiro que vende o nosso cigarro teve com o encalhe dos maços com a advertência “pode causar impotência” pois todos queriam só os maços com a advertência “pode causar câncer” (“seu” Luis Antonio na banca da rua Evaristo da Veiga 22 no centro do Rio).

E o “prioridade por lei” que os aeroviários gritam nos aeroportos? Tem “prioridades sem lei?”. Tem elevador que diz: “Proibido fumar, lei nª 2448 de 1969)” Idem nos meios de transporte (será a mesma lei? Vamos até verificar).  E se alguém entrar com o cigarro na mão sem fumar?  Aceso pode? Apagado pode? As Leis prevêem?

Por analogia, portar “arma de fogo” pode? Parece que pode fabricar, pode importar, pode vender mas “portar” só com “licença-por-lei”. Ou só não pode atirar? O cão do revólver pode estar puxado? A automática engatilhada?  Ouvimos dizer que se alguém quiser comprar munição, na prática é impossível, mas em clube de tiro pode. Os marginais também “podem ou conseguem”, o que dá no mesmo.

E a lei do silêncio? O cara muda de Cambuquira para Copacabana porque é mais animado e a monotonia da vida pacata estava lhe dando nos nervos, mas chega em Copacabana e começa a reclamar que tem muita agitação o barulho.

Conhecemos um militar reformado que morava na Rua da Selva, na Muda (entre a Tijuca e o Alto da Boa Vista), que é uma rua sem saída que começa em outra também sem saída (“cul de sac”, se preferirem, mas cuidado com a pronúncia). Cansado do silêncio, dos passarinhos e do ar puro, comprou um belo apartamento em um 5º andar da Viveiros de Castro e das 4 suites, escolheu a única que dava para a rua para dormir. Ia tudo mais ou menos, até que o botequim em frente foi reformado e passou a ter um violão na calçada... Aquilo incomodou o ex-morador da rua da Selva a ponto de intimar o condomínio a processar o botequim em uma Assembléia. O vizinho de cima, que não ia muito com a cara do militar reformado e vice-versa perguntou por que escolhera Copacabana para morar

O condomínio entrou em guerra interna, e acabou o alegre sossego que só os copacabanenses entendem, com Exército, Marinha e Aeronáutica de um lado, três estrangeiros que haviam mudado para Copacabana pelo que ela tem de exótico-extravagante-movimentada, de outro lado e o resto do prédio, fingindo neutralidade por precaução, por falta de munição e por falta de moeda forte. Acabou que um argentino com mais dois votos de também estrangeiros se elegeu síndico, derrotando nossas forças armadas no tapetão pois um dos “oficiais” estava “inadimplente”, e não pôde votar: havia esquecido de pagar o condomínio (ou fez de propósito), transformando o edifício em um problema de invasão estrangeira e discórdia entre as três armas.

Bom, para não entrarmos na seara da política nem na jurídica, onde as incoerências e idiotices se exacerbam, vamos ficar por aqui.   Infelizmente devemos voltar em breve, cumprindo nossa missão de facilitar o trabalho dos arqueólogos do futuro, registrando estas coisas, ou ninguém vai conseguir reconstituir nossa época, por inacreditável.


Miguel Fernández y Fernández, engenheiro, cronista e articulista, membro da Academia Nacional de Engenharia e do Instituto de Engenharia # escrito em 2019dez15 R2025abr28Rc,   4.913 toques

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