Vade Mecum, parte 3 Celso A. Melo e o comandante chinês
- Miguel Fernández

- há 17 horas
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O professor Celso também era marcante pelo conhecimento geral. Parecia conhecer profundamente qualquer assunto que abordava ou ao qual era provocado. Que facilidade em se expressar de forma culta e, ao mesmo tempo, simples.
Tornou-se inesquecível por um problema que deu em um teste e que, até hoje não se sabe bem a resposta. pois tudo vai mudando.
Valeu pelo exercício mental e pelo mundo que nos abria de problemas potenciais e da complexidade de coisas aparentemente simples:
Suponha que um avião fabricado nos EUA, operado pela Lufthansa (bandeira alemã), tenha levantado voo de Buenos Aires, com destino a Londres e escala no Rio de Janeiro, sendo o piloto titular (o comandante) um austríaco residente em Praga. Ao fazer escala no Rio, embarcam diversas pessoas, inclusive um casal, êle mexicano e ela colombiana e grávida. No meio da travessia do atlântico, a colombiana dá à luz assistida por um médico português que se encontrava ali por acaso. Por causa desse imprevisto, o avião é obrigado a pousar em Tenerife para a criança ser levada a um hospital.
Pergunta-se: qual a nacionalidade da criança?
A_ argentina? F_ mexicana?
B_ brasileira? G_ colombiana?
C_ austríaca? H_ portuguesa?
D_ checa? I_ espanhola?
E_ inglêsa? J_ americana?
O exemplo pode servir para muitas outras situações, suponhamos que não tenha sido uma criança que nasceu, mas uma briga entre dois passageiros. Um roubo. Uma morte. Qual a legislação que se aplica?
Para um engenheiro habituado a querer resolver tudo com números?
Sensacional descobrir que tinha gente se preocupando com essas coisas! Que civilização também é isso.
O chinês do título desta crônica é só para o leitor se aborrecer com o escriba.
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